Ao único Macaco da minha selva,
Não consigo chorar. Não consigo chorar quando tenho a certeza que o que tu querias era que todos sorríssemos. Sorríssemos a tua existência, e não chorássemos a tua partida. Aliás tu não partiste, ausentaste-te por alguns momentos mas um dia voltaremos a encontrar-nos. E tu voltarás a fazer tudo o que fazias: a ferrar-me as bochechas, a chamar-me “minha gordinha”, a dizer que me seguravas quando me atirava para a água e depois deixavas-me lá quase a afogar-me, a gozar comigo por causa do Quaresma, a perguntar quando apresento o meu namorado para tu aprovares... entre todas as outras coisas que tu fazias e que me irritavam profundamente, mas que no fundo, era tudo isso que dava alegria aos momentos que passávamos juntos. Como quando entras por minha casa e dizias “oh madrinha fizeste o meu pudim?” e come-lo todo seu gordo! Sim, aqui o gordo és tu. Gordo não, armário!
É por todos estes momentos que, agora, agora que tu não estás mais cá, eu irei sorrir, brincar, ouvir música alegre e chorar, chorar de tanto rir. É certo que por vezes irá existir recaídas na tristeza e irei chorar, mas depois irei fazer o que sempre me ensinaste: viver a vida ao máximo, sempre com um sorriso.
Ricardo Miguel da Silva, meu primo, Descansa em Paz. Gosto muito de ti, Gordo!
03/12/1987 – 22/12/2009 Uma Vida de Sorrisos!
Vanessa Cunha
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